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‘A Guerra dos Rohirrim’ só serve para tirar o gosto amargo da Galadriel

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Após o gosto amargo que a série "Os Anéis de Poder" e o game "The Lord of the Rings: Gollum", trouxeram para o universo de "O Senhor dos Anéis", David Zaslav, atual CEO da Warner Bros Discovery viu que era a oportunidade de renascer a Terra Média nas telonas. 

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Além de uma nova saga dirigida por Andy Serkis (intérprete de Gollum na saga original), um prequel em anime para os cinemas também fez parte dos seus planos. 

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Em seu prólogo, "O Senhor dos Anéis: A Guerra dos Rohirrim" deixa claro que essa história nunca foi contada antes, nem mesmo em antigas canções do universo de J.R.R. Tolkien.

De início somos apresentados à destemida guerreira Hèra, filha do Rei Helm. Depois de um acidente fatal envolvendo o próprio monarca, Wulf jura vingança e promete derrubar a antiga fortaleza de Hornburg. Logo, Hèra passa a liderar uma grande batalha que se aproxima. 

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O roteiro de Jeffrey Addiss, Will Matthews, Phoebe Gittins e Arty Papageorgiou, sabe que a atração da Amazon errou feio ao retratar diversas subtramas, sem um foco específico. Principalmente na retratação de personagens fracos e desinteressantes.

Neste anime, sabemos desde o princípio que será uma trama amarrada em Hèra e Wulf, e este quesito funciona ao estabelecer uma conexão necessária do espectador. Nos importamos com suas motivações, e entendemos os seus pontos de vista.

Só que o texto peca ao tentar criar uma imagem de heroína sobre Hèra, mesmo com ela sempre precisando de ajuda de alguém e necessitar ser salva por terceiros em boa parte da trama. 

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Um exemplo é uma sequência onde calha dela enfrentar uma espécie de elefante zumbi gigante. À medida que o desafio se torna mais complicado, a narrativa insere um NPC que só surge para salvá-la. Não existe aprendizado, desafio, apenas o fator "sorte" (e isso acontece mais de uma vez).

Ao mesmo tempo, são mostrados flashbacks dela treinando para ser uma guerreira ainda na infância, ou seja, a própria história se contradiz ao representar indiretamente que ela não conseguiu fazer nada com seus aprendizados.

Para piorar a situação, fica perceptível que o diretor Kenji Kamiyama teve a violência tolhida em boa parte da trama, pois as cenas de batalha, lutas e agressões, não possuem uma gota de sangue! Afinal, o que sai do corpo após um corte com uma katana?

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Em compensação, para deixar os fãs de Tolkien animados, existem alguns easter-eggs com a trilogia original. Com direito a uma breve homenagem ao veterano Christopher Lee (intérprete de Saruman).

Infelizmente isso não consegue se sustentar na trama, que acaba resultando em algo bastante previsível e até mesmo cansativo.

"O Senhor dos Anéis: A Guerra dos Rohirrim" é superior aos últimos produtos da franquia, mas não traz um retorno digno à Terra Média.

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