"Vidro" é uma das estreias mais aguardadas de 2019 / Divulgação/Universal Studios
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Talvez nenhum diretor de cinema tenha vivido tantos altos e baixos na carreira como M. Night Shyamalan, que estreia hoje em todo o mundo (inclusive nos cinemas do Brasil) seu novo trabalho, "Vidro", fechando a trilogia que envolve "Corpo Fechado" (2000) e "Fragmentado" (2016). "Vidro", aliás, é uma das estreias mais aguardadas de 2019.
Depois de surgir em 1999 com o espetacular "O Sexto Sentido", Shyamalan ainda emplacou bons trabalhos, casos de "Corpo Fechado (2000), "Sinais" (2001) e "A Vila" (2004). Este último, porém, dividiu a opinião da crítica e do público, pois tratava-se de um filme de suspense 'fora dos padrões' tradicionais, com uma linha de pensamento mais filosófica e um final surpreendente para alguns. E bem decepcionante para outros.
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Depois de "A Vila" Shyamalan parece ter mergulhado numa crise criativa e de originalidade que não tinha fim. "A Dama Na Água" (2006), apesar de razoável, foi massacrada pela crítica. "Fim Dos Tempos" (2008) foi realmente péssimo, e em seguida chegaram "O Último Mestre Do Ar" (2010) e "Depois Da Terra" (2013), ambos fraquíssimos e muito aquém do que o brilhante diretor já havia demonstrado em outras épocas.
A redenção
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Em 2015 Shyamalan lançou "A Visita". E ali ressurgia a esperança de que o diretor poderia retomar o auge da sua carreira. Sucesso de crítica e de público, o longa conseguiu resgatar, em algum lugar obscuro, a ótima criatividade para roteiros originais de Shyamalan.
E essa confirmação veio em 2016 com o fantástico "Fragmentado", que acabou surpreendendo o público por revelar, em seu final, se tratar de uma continuação de "Corpo Fechado" (2000). E agora, finalmente, chegamos em "Vidro".
"Glass" (Vidro)
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Após a conclusão de "Fragmentado", Kevin Crumb (James McAvoy), o homem com 24 personalidades diferentes, passa a ser perseguido por David Dunn (Bruce Willis), o herói de "Corpo Fechado". O jogo de gato e rato entre o homem inquebrável e a Fera é influenciado pela presença de Elijah Price (Samuel L. Jackson), que manipula seus encontros e guarda segredos sobre os dois.
Ficou fácil de notar que, para assistir à "Vidro", é preciso assistir "Corpo Fechado" e "Fragmentado", não é?
Essa trilogia aborda o universo dos quadrinhos e dos super-heróis de forma diferenciada. Você não verá grandes explosões ou perseguições. Shyamalan explora o tema "super-herói" pela ótica da mente humana e de pessoas que possuem poderes extraordinários.
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Esses seriam os verdadeiros heróis do mundo real, segundo o diretor.
O filme, apesar de ter estreia mundial programada para hoje (17), já foi apresentado para críticos e também parte do público nos EUA. E as primeiras opiniões estão bem divididas.
Enquanto alguns veículos especializados chamam o filme de "grande decepção" ou "nova bomba na carreira de Shyamalan", outros profissionais consideram o longa "uma obra-prima no universo dos super-humanos" ou, ainda, "a confirmação de que Shyamalan é realmente brilhante".
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"Vidro" pode arrecadar até 120 milhões de dólares somente em seu primeiro final de semana de exibição ampla (ou seja, em todos os cinemas dos Estados Unidos). E esse número pode dobrar se pensarmos em centenas de países.
Mesmo com muitos erros e acertos em sua carreira, M. Night Shyamalan é um diretor/roteirista diferenciado, que não tem medo de seguir as suas convicções e de assumir riscos ao levar um filme às telonas.