Entrevistas

Paulo Della Rosa: 'São Paulo e o Brasil precisam de novos ventos'

O delegado aposentado, poeta e apresentador de TV é pré-candidato a deputado federal pelo PMN

Carlos Ratton

Publicado em 06/08/2018 às 11:26

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Paulo Della Rosa é pré-candidato a deputado federal pelo PMN e acredita que não só o Estado como o País precisam de novas lideranças e uma renovação total / Reprodução/Facebook

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Delegado aposentado, poeta e apresentador de TV, Paulo Della Rosa é pré-candidato a deputado federal pelo PMN e acredita que não só o Estado como o País precisam de novas lideranças e uma renovação total.

Para ele, o povo tem que apostar em novos nomes se quiser mudar de verdade.  

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Diário – É o momento de mudanças políticas?
Paulo Della Rosa –
O Estado de São Paulo e o Brasil precisam de novos ventos. Da cidadania, da eficiência e da sustentabilidade. Chega do mesmo. Estamos fazendo as mesmas coisas e esperando resultados diferentes. A mudança tem que ser associada ao trabalho e transparência.

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Diário – O senhor acredita que em dezembro a região verá o início da travessia seca entre Santos e Guarujá?
Della Rosa –
Essa história já foi contada diversas vezes e, muitos casos, de forma desrespeitosa com a população da Baixada Santista, beirando o escárnio. Já tivemos maquete de ponte, gastos de dinheiro público com projetos. O povo paulista e brasileiro não merece mais isso. Precisamos acabar com esperas que chegam a uma hora e meia de fila, de ficar amontoados em barquinhas ou embarcações maiores, como as que existem em Vicente de Carvalho, totalmente inseguras e expondo as pessoas a indignas condições humanas. 

Diário – É isso? Chega de promessas?
Della Rosa –
Chega de projetos vitória, que só pensam em eleições. Se a ponte for construída, serei o primeiro a bater palmas. O que me revolta é que as soluções mirabolantes só são apresentadas em ano eleitoral.

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Diário -  O parlamento federal precisa mudar?
Della Rosa –
Somos 513 deputados, sendo 70 de São Paulo. Temos 15 regiões administrativas no Estado e quatro representantes da Baixada. Estamos, portanto, numericamente mal representados e também no exercício do trabalho parlamentar. Vem pouco recurso porque não temos estofo político em Brasília. Nossos representantes são sempre mais do mesmo. Pensam na vitória eleitoral e não na Costa da Mata Atlântica (Baixada Santista). Eles não têm voz política. 

Diário – É preciso uma mudança na segurança pública do Estado e do País?
Della Rosa –
Temos uma polícia de Estado e não uma polícia cidadã. Quando nos deparamos com uma greve, 500 policiais são destacados para contê-la. No Estado e no País nos deparamos com delegacias fechadas, tropas desmotivadas e outros problemas porque as polícias viraram braços dos governadores, do ‘todo poderoso’ presidente da República e não ouvem a população. Temos que ter uma polícia do PCC do Bem, que atue com paciência, ciência e coragem.

Diário – Explica melhor “PCC do Bem”
Della Rosa –
Paciência para investigar, não se resolve casos do dia para a noite. Não temos que cobrar rapidez, mas sim, eficiência. A polícia será boa quando ela for mais científica. Acabou o tempo de prende e arrebente. Tem presidente pregando jogar bomba em favelas, matar presidiários enfim. Isso é discurso fácil para ganhar eleitores. A coragem que me refiro é a de ultrapassar as dificuldades estruturais e técnicas. As viaturas policiais não têm ­combustível, o prédio do Palácio da Polícia em Santos está ruindo. 

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Diário – A pessoa não pode reagir ao assalto?
Della Rosa –
O policial reage porque não tem opção. Se for identificado como policial, a morte é certa. Portanto, o cidadão não deve reagir. 

Diário – Como você avalia a intervenção federal no Rio de Janeiro?
Della Rosa –
A população não pode acreditar que o problema no Rio é isolado e localizado. É uma febre que tomou conta de um organismo chamado Brasil. Então, é pirotecnia pura. Ninguém tem mais carinho e respeito pelas Forças Armadas do que eu, mas elas não são preparadas e treinadas para o policiamento de rua. O Governo Federal dá um novo exemplo de falta de sensibilidade. Colocou o Exército no Rio prometendo que logo depois viria um caminhão de dinheiro para dar suporte financeiro às ações. Na verdade, foi apenas uma van de dinheiro e ainda retirado da segurança das fronteiras. 

Diário – O senhor é a favor de guardas armadas nos municípios brasileiros?
Della Rosa –
Nos moldes atuais, não, porque não temos treinamento aprofundado e eficiente para as guardas municipais. Quando isso ocorrer, sou a favor da polícia municipal, porque as polícias estaduais faliram, não estão dando certo. Cada cidade tem uma característica e o crime também. No meu ponto de vista, tínhamos que eleger xerifes junto com prefeitos. Delegados incompetentes não podem ser eternos. Quero, como deputado federal, buscar a mudança das leis.

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Diário – O senhor é favorável ao uso de policiais em estádios de futebol?
Della Rosa –
Segurança Pública é o último vagão de um trem chamado cidadania. Tentar resolver todos os problemas por intermédio do aparato policial não funciona em nenhum lugar do Mundo. É preciso mudar a política administrativas das cidades brasileiras. Eventos particulares tem que ter estrutura particular, inclusive de segurança. Enquanto a partida ocorre, tem policial a menos nas ruas. Precisamos de leis mais sérias e eficazes.                     

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