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A regressão para fase vermelha, a mais restritiva do Plano São Paulo, entre os dias 25 e 27 de dezembro e 1º e 3 de janeiro incentivou uma nova onda de cancelamentos de reservas
No Guarujá, a taxa de reservas está em apenas 30% neste fim de ano - normalmente, esse percentual oscila entre 80% e 100% entre o Natal e Ano-Novo / Arnaud Pierre Courtadon/DL
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O anúncio do fechamento de praias na virada do ano na Baixada Santista, feito nesta quarta (23), e os cancelamentos de festas de Réveillon derrubaram as já baixas expectativas de hotéis com o fim de 2020.
A regressão para fase vermelha, a mais restritiva do Plano São Paulo, entre os dias 25 e 27 de dezembro e 1º e 3 de janeiro incentivou uma nova onda de cancelamentos de reservas, segundo Heitor Gonzalez, presidente do Sinhores (Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares da Baixada Santista e do Vale do Ribeira).
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Antes da mudança de fase, a expectativa era de uma taxa de ocupação de 60%, diz. Ele apoiou a decisão dos prefeitos da região de não aderir a regressão para a fase vermelha, e alertou para o efeito sobre os negócios se a decreto passar. "Como que ficam as compras de alimentos perecíveis, e pessoas que foram contratadas para atender a demanda da época? Esses costumam ser os dez melhores dias do ano."
Além dos cancelamentos, Gonzalez diz que não têm ocorrido novas reservas, como costuma acontecer nesta época. "Entendo que um gestor tem que pensar na saúde da população, mas também deve olhar para pensar na saúde de empresas e dos municípios", diz.
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No Guarujá, a taxa de reservas está em apenas 30% neste fim de ano - normalmente, esse percentual oscila entre 80% e 100% entre o Natal e Ano-Novo, segundo a Aprohot (Associação dos proprietários de Meios de Hospedagem do Guarujá).
Para José de Avila, presidente da associação, informações desencontradas sobre as situações das praias no litoral paulista contribuíram para a queda nas reservas.
O movimento fraco levou os hotéis da região a reduzirem as taxas, segundo Avila. "Nós trabalhamos na temporada para pagar os gastos do ano, com essa paradeira vai ser difícil recuperar."
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Outro fator que tem afastado hóspedes é o cancelamento de festas públicas de Réveillon, como anunciado em São Paulo, Rio de Janeiro, Belém, Bahia, Pernambuco, Porto Alegre e Distrito Federal.
De acordo com Rubens Silva, secretário-geral do Sinthoresp, sindicato dos trabalhadores do setor em São Paulo, o pior já passou, mas a situação ainda é crítica.
"Estamos trabalhando para o restante do mês com previsão de ocupação de 25%. Diante do cenário, o setor está considerando isso como uma ocupação boa em São Paulo".
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Ele vê no cancelamento da festa "uma atitude extrema". "Não há diálogo do setor hoteleiro com o governo", critica.
No Rio de Janeiro, a tradicional queima de fogos na praia de Copacabana, que em 2019 reuniu 2,8 milhões de pessoas, também foi cancelada. No dia 15 de dezembro, a prefeitura do Rio suspendeu as comemorações que seriam realizadas sem público, em pontos turísticos, e transmitidas pela internet. As tradicionais festas privadas de quiosques na orla também estão proibidas.
A prefeitura diz em nota enviada pela Riotur (empresa de turismo do Rio) que além do cenário de pandemia, o cancelamento foi feito "em respeito a todas as vítimas e em favor da segurança de todos".
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De acordo com o Hotéis Rio, sindicato dos meios de hospedagens da cidade, e a ABIH-RJ (Associação Hotéis do Rio de Janeiro), 58% dos quartos de hotéis da cidade estavam reservados para o Réveillon - um retração de 10% em relação a dezembro de 2019.
Os hotéis mais procurados pelos turistas estão localizados no Centro (67%), Copacabana e Leme (63%), Flamengo (61%), Recreio (59%), Barra da Tijuca (52%), Ipanema (51%) e Leblon (51%).
Já no interior do Rio, a situação é de recuperação: os hotéis registram uma taxa de ocupação de 81%. Segundo Alfredo Lopes, presidente da Hotéis Rio e conselheiro da ABIH-RJ, o perfil do turismo no estado neste ano é nacional, com ênfase no turismo de curta distância. Os clientes estão vindo principalmente de estados próximos, como São Paulo e Minas Gerais.
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Apesar de ter fechado as portas de março a julho e demitido 135 pessoas, o Hotel Le Canton, em Teresópolis, região serrana do Rio, viu uma alta no faturamento. O local tem operado no limite, com 70% de ocupação, e tem uma ocupação prevista acima de 50% em fevereiro de 2021.
A diretora-geral do hotel, Mônica Paixão, afirma que o faturamento de dezembro cresceu 20% em relação ao mesmo período do ano passado. "A maior parte dos turistas vem do Rio de Janeiro, Niterói, Minas Gerais e Salvador e, por conta das dificuldades para se fazer viagens ao exterior, muita gente que iria esquiar em janeiro tem reservado vaga aqui", afirma.
Na Bahia, shows e festas estão proibidos desde 4 de dezembro. A decisão estadual foi renovada em 17 de dezembro e segue em vigor até 4 de janeiro. Segundo o governo do estado, a fiscalização da medida está a cargo da Polícia Militar, que irá fazer o patrulhamento nas ruas.
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Até o fim da semana passada, grandes redes de hotéis não relatavam cancelamentos de reservas por causa da suspensão de festas.
A Iberostar, que atua na Bahia e no Amazonas, afirma que não houve redução ou cancelamentos de reservas. A rede Accor afirma que o mesmo ocorre em seus hotéis. A demanda por quartos está concentrada em regiões turísticas no Norte, no Nordeste e no Rio de Janeiro. Já em São Paulo, Minas Gerais e na região Sul, a procura é menor.
A rede, no entanto, identifica mudanças no comportamento dos clientes.
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"Temos visto também, por conta da pandemia, um crescimento expressivo de reservas de última hora, o que traz menos previsibilidade", afirma em nota.
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