648 mulheres foram assassinadas no primeiro semestre do ano passado / Marcos Santos/USP Imagens
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A cidade de São Paulo registrou 24.113 atendimentos na rede de proteção a mulheres vítimas de violência da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC) em 2020. Os dados foram divulgados na última sexta-feira (8) pela prefeitura.
Em março, 2.886 mulheres procuraram os 12 postos de atendimento da rede. No período mais rígido da quarentena - abril e maio - os atendimentos caíram para 1.003 em abril e 1.000 no mês de maio, refletindo uma queda de 65%.
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Em junho, a procura voltou a aumentar. Os serviços atenderam 1.420 vítimas, representando elevação de 41% em relação aos meses anteriores, mas ainda muito abaixo dos patamares anteriores. A curva voltou a atender mais de 2.000 pessoas em julho, onde se manteve subindo gradualmente até novembro, pico do ano passado com 2.890 atendimentos.
De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 648 mulheres foram assassinadas no primeiro semestre do ano passado, um crescimento de 1,9% em relação ao mesmo período de 2019.
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A partir desses dados, a SMDHC implantou ações para reforçar o suporte às mulheres vítimas de violência doméstica, como a ampliação dos canais de denúncia pelo Disque 156, a concessão do auxílio hospedagem e por fim, a inauguração do Posto Avançado de Apoio à Mulher na estação Santa Cecília, da linha 3 Vermelha do Metrô.
Atendimento
Ao todo, 13 serviços estão em funcionamento: os quatro Centros de Referência, os cinco Centros de Cidadania da Mulher (das 10h às 16h), a Casa da Mulher Brasileira (24 horas por dia, incluindo sábados e domingos), as Casas de Abrigo e de Acolhimento Provisório e o Posto Avançado no Metrô Santa Cecília, inaugurado no último mês de dezembro (abre das 8h às 19h de segunda a sexta, exceto feriados).
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Devido à pandemia, a unidade móvel conhecida como Ônibus Lilás não circulou durante o período de pandemia, mas deve retornar as atividades assim que a cidade deixar a situação de emergência.
A mulher vítima de violência, seja psicológica, física, moral ou que tenha sofrido qualquer outro tipo de agressão, é atendida no local por uma equipe especializada composta por assistente social e psicóloga que faz uma escuta qualificada, a orientação e possível encaminhamento a um dos equipamentos da rede de proteção à violência contra a mulher.
De acordo com a secretária de Direitos Humanos e Cidadania, Claudia Carletto, os números de 2020 reforçam a necessidade de ações mais efetivas para que as mulheres busquem ajuda. “É importante que as mulheres saibam a estrutura que elas têm à disposição pela cidade de São Paulo, e onde ela pode procurar ajuda para quebrar o ciclo de violência. Elas precisam saber que não estão sozinhas”, diz.
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