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Poluição em São Paulo sofre aumento após efeito de queimadas

Camada residual de poluentes sobre a cidade chegou a 3 mil metros de altitude no início da semana

Folhapress

Publicado em 16/09/2020 às 10:50

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Além das queimadas, o interior do estado está sendo afetado pela seca / Fábio Vieira/Fotorua/Folhapress

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As queimadas no Pantanal e no interior do estado de São Paulo provocaram o aumento da faixa de poluição sobre a capital paulista. Segundo o IPEN (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares), a camada residual de poluentes sobre a cidade chegou a 3 mil metros de altitude no início da semana, sendo que o normal para essa época do ano é entre 1,5 mil e 2 mil.

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O pesquisador do IPEN Eduardo Landulfo explica que a elevação no tamanho da camada está ligada, principalmente, a dois fatores. Um deles é o crescimento nos focos de incêndio. De acordo com o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), as queimadas em São Paulo subiram 59,9% entre janeiro e setembro deste ano na comparação com o mesmo período de 2019, passando de 2.666 para 4.264 casos.

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Outro fator é a situação climática observada no estado no início da semana. "O material [poluente] ficou suspenso até 3 mil metros e permaneceu assim em razão da má dispersão. Isso ocorreu em razão da baixa umidade do ar, ausência de vento e de nuvens e poucas chuvas", explica Landulfo.

Entretanto, a gerente da divisão de qualidade do ar da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), Maria Lucia Guardani, afirma que não houve aumento na massa de poluentes sobre a região metropolitana de São Paulo, apesar do aumento na camada residual.

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Ela explica que essa elevação da faixa não compromete a qualidade do ar na Grande São Paulo. "Essa camada está lá em cima e, portanto, não chega a influenciar a área em que a gente respira. O que aconteceu foi que o calor jogou essa massa mais para o alto", acrescenta Guardani.

Segundo ela, a qualidade do ar está boa nas 29 estações da Cetesb na Grande São Paulo. No interior, por outro lado, a situação é ruim principalmente nas regiões norte e nordeste do estado, onde há concentração de focos de queimadas em cidades como Ribeirão Preto, Araçatuba e São José do Rio Preto.

Para esta quarta-feira (16), a previsão é de que a temperatura fique entre 15 e 33 graus, com a umidade variando entre 25% e 95%, conforme o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). A queda nos termômetros e o aumento na umidade podem contribuir para dissipar os poluentes sobre o estado.

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Além das queimadas, o interior do estado está sendo afetado pela seca. Em Sorocaba, (105 km de SP), será implantado rodízio de água já nesta semana. Na região noroeste de São Paulo, a prefeitura de Tanabi criou uma multa no valor de R$ 272 para quem for pego desperdiçando água.

A secretaria estadual de Agricultura e Meio Ambiente, gestão João Doria (PSDB), informa que realiza operações contra queimada durante todo o ano. Entre janeiro e setembro deste ano, foram aplicadas 514 multas.

A pasta informa que, desde o ano passado, as equipes de fiscalização e da Polícia Ambiental receberam mais de 150 viaturas, 18 drones e quase 300 tablets para intensificar os trabalhos de fiscalização. "Deve-se evitar colocar fogo em lixo ou às margens das estradas, atirar bitucas de cigarro nas rodovias", orienta a secretaria.

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