Pais devem procurar alternativas para economizar na compra do material escolar / Thiago Neme/GSP
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Janeiro já está chegando em seus dias derradeiros e, para quem tem filhos na escola, a última quinzena do mês costuma ser dedicada à compra do material escolar.
Um levantamento feito pelo Procon-SP, divulgado em 5 de janeiro, revelou que a diferença de preços do material escolar pode chegar a 260%. Segundo a entidade, a discrepância significativa foi encontrada na caneta esferográfica Economic 1,0 mm da Compactor, que era vendida a R$ 2,90 em um estabelecimento, mas poderia ser encontrada a R$ 0,80 em outro, uma diferença absoluta de R$ 2,10.
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A instituição também comparou os preços de 69 produtos com os encontrados nos últimos dois anos e constatou um aumento médio de 13,95% nos valores destes itens.
Diante dos preços mais caros e da diferença gritante entre os estabelecimentos, a dica para os pais é pesquisar e a internet pode ser uma boa aliada neste sentido.
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“A internet é uma grande fonte de consulta de preços e o tempo, um aliado. A sugestão é usar a internet como base de pesquisa, mas não deixar de consultar as lojas físicas. É nelas, aliás, que é possível negociar mais descontos, diferente das compras on-line. O ideal é ter pelo menos três orçamentos”, orienta Carolina Vesentini, advogada da área de relacionamentos do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec).
Outras estratégias
Quando o assunto é economizar, o primeiro passo é verificar a possibilidade de reaproveitar o que já foi utilizado no ano anterior. Ao menos, essa é a dica de Mariana Rinaldi, especialista em relações institucionais da Proteste – Associação Brasileira de Defesa do Consumidor.
“É muito importante fazer um inventário dos materiais que o estudante já possui e que poderão ser reaproveitados no próximo período letivo, de modo a não adquirir itens repetidos ou desnecessários”, diz Mariana.
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Em seguida, sabendo o que realmente precisa comprar, vale pesquisar preços e buscar outras alternativas de compra.
“Além da questão de pesquisar preços, existem alguns caminhos interessantes, como buscar livros em sebos, ou organizar grupos na própria escola, no qual pode haver troca de materiais”, alerta Edson Grandisoli, coordenador pedagógico do Movimento Circular.
Para Edson, só depois de esgotadas essas possiblidades é hora de ir às compras, após uma pesquisa de mercado. Se a pessoa vai comprar na internet, ele orienta observar o valor do frete para ver se realmente compensa, uma alternativa é optar pela retirada na loja.
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O especialista lembra ainda que é válido pensar além da questão do preço. “Também é importante se preocupar com a qualidade dos materiais, como eles estão sendo produzidos, observar a questão da sustentabilidade. Ou seja, para além do preço, que a gente comece também a ter uma preocupação sobre de quem estamos comprando”, alerta.
Levar ou não as crianças?
Quando o assunto é a compra do material escolar, uma dica comum é não levar os filhos juntos na hora de adquirir os itens. Isso porque eles costumam ser seduzidos pelos personagens do momento, que, geralmente, custam mais caros.
Entretanto, não é incomum que educadores digam que deixar as crianças escolherem o próprio material é um incentivo a mais para aquelas que costumam relutar para se dedicar às tarefas escolares. Então, como agir?
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Na opinião do educador financeiro Raul Sena, fundador do canal Investidor Sardinha, uma forma de contornar a situação é fazer uma pré-seleção de itens para ofertar à criança.
“Se a compra for feita on-line, os pais podem adicionar todos os itens com o preço que cabe em seu bolso e depois deixar o filho escolher dentro daquelas opções pré-selecionadas. É a ilusão da escolha, deixando a escolha aberta o custo fica imprevisível”, orienta.
“Selecionar previamente dá mais trabalho, mas certamente valoriza a opinião do adolescente, ou da criança e ainda assim consegue fazer a economia”, completa Raul.
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Já Edson acredita que este é um bom momento para praticar a educação financeira. “É importante que as crianças nos acompanhem nas tarefas do dia a dia para entender como funciona esse processo, pois isso faz parte da educação como consumidor e da educação financeira. Temos que dialogar com os nossos filhos e quando o pedido de algo mais caro surgir fazer ele pensar por que ele quer aquilo: ‘você simplesmente deseja isto ou precisa disso?’.”
Fique de olho
De acordo com as entidades de defesa do consumidor, existem alguns itens que não podem ser incluídos na lista de material escolar. Este é o caso dos materiais de uso coletivo e de higiene e limpeza, visto que tais custos já devem estar mensurados na mensalidade da escola.
Também não é permitido que a escola peça itens de marcas específicas, ou determine que os pais comprem em uma determinada loja.
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No caso da taxa de material escolar, essa só pode ser exigida se a escola informar os produtos que serão adquiridos e o valor, e, se der ao aluno a opção de comprar particularmente. Vale esclarecer que a criança não pode ser barrada, por não ter pago a taxa ou não ter levado todo o material.
As entidades lembram ainda que, para as instituições públicas, considera-se ilegal a exigência de aquisição de materiais escolares solicitados em listas.
Leia esta matéria também na Gazeta de S. Paulo
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