Sonia Maciel e Tânia Grizzi falam sobre o pleito e sobre os desafios da educação no Estado de São Paulo / Nair Bueno/ DL
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Amanhã (26), ocorre eleições para a diretoria e conselhos estadual e regionais do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOESP), o maior da América Latina, com 189 mil associados, dos 220 mil educadores do todo o Estado de São Paulo.
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Em visita à Redação do Diário, as professoras Sonia Maciel (atual diretora executiva estadual) e Tânia Grizzi (coordenadora da Subsede da Baixada Santista da APEOESP), que estão na Chapa Um - União de Todas as Forças, explicaram a importância do pleito.
"Principalmente porque estamos lutando para manter e qualificar a escola pública. Há uma intenção do Governo Estadual de se privatizar tudo. Estamos com classes superlotadas, fechando outras e isso é uma das investidas usadas para justificar uma possível privatização do ensino", afirma Sonia.
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Elas explicam que, pela primeira vez na história do Sindicato, há a reunião de todas as principais correntes, de variadas matrizes políticas, reafirmando a unidade que vem se construindo e dando o tom da atuação da APEOESP nos últimos anos.
A chapa está presente nas 94 subsedes e em todos os municípios do Estado. Atualmente, a APEOESP é presidida pela professora Maria Izabel Azevedo Noronha - Professora Bebel, eleita e reeleita desde 2008 e que está no segundo mandato como deputada estadual.
ENSINO MÉDIO.
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Outra bandeira citada pelas educadoras é o fim do ensino médio que foi criado, que para elas é uma maneira de expulsar os alunos da escola, pois não deixa espaço para que eles estudem e trabalhem ao mesmo tempo.
"Ensino integral, da forma que está, atrapalha economicamente as famílias. Estão tirando o ensino médio do período noturno e, com isso, expulsam o estudante da escola. Ao mesmo tempo que se fecha uma classe noturna, se deixa uma única opção: ou ele estuda ou ele trabalha", afirma Tânia, alertando sobre a evasão escolar.
As professoras revelam que de cada cinco escolas estaduais, quatro são de período integral. "Além disso, disciplinas importantes como química, física e biologia, além filosofia, sociologia, história, que caem no vestibular, foram reduzidas a uma ou duas aulas", completa Tânia.
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Ambas afirmam ainda que os professoras estão com uma carga horária subumana. "Estão classificando o professor não pelo seu tempo de trabalho e experiência, mas pela carga horária que ele suporta fazer. E, geralmente, quem entra na carreira acaba se submetendo a isso. Está muito complicado lecionar hoje", afirma Sonia.
"Com o novo plano de carreira do Governo João Dória, um professor iniciante é como se fosse um funcionário terceirizado, passou a receber cerca de R$ 5 mil mensais e ainda tem os descontos e sem os benefícios e conquistas da carreira", completa Tânia.
PONTOS.
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No programa da Chapa destacam-se a revogação da reforma do ensino médio, contra o atual Programa de Ensino Integral; escolas seguras; revogação da carreira por subsídio e uma carreira aberta, justa e atraente; concurso público para 100 mil vagas; aplicação correta do piso salarial nacional e atividades pedagógicas diversificadas em local de livre escolha, entre outras lutas.