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Conheça o novo Museu do Ipiranga

Após nove anos, Museu do Ipiranga reabre com o dobro do tamanho e mais plural

Gladys Magalhães

Publicado em 03/09/2022 às 20:36

Atualizado em 04/09/2022 às 10:14

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A reforma estimada em R$ 235 milhões trouxe aos paulistas, um museu com o dobro da área construída e espaço expositivo três vezes maior / Lucas Chiereguini/Diário do Litoral

Na próxima quinta-feira, 08 de setembro, a partir das 11h, o Museu do Ipiranga, ou Museu Paulista da Universidade de São Paulo, reabre suas portas ao público.  A reabertura integra as comemorações do Bicentenário da Independência do Brasil. Porém, após nove anos fechado, quem for ao local verá mais do que um museu reformado, irá se deparar com um espaço mais diverso e plural.

 “O que queremos hoje no Museu Paulista é um museu mais plural. O museu reabre com uma nova proposta, com um entendimento diferenciado de sociedade, trabalhando com questões da sociedade contemporânea atual”, diz Ana Paula Nascimento, curadora da exposição “Mundos do Trabalho”, uma das 11 exposições de longa duração abrigadas pelo novo museu.

Um museu para todos
A reforma estimada em R$ 235 milhões trouxe aos paulistas, um museu com o dobro da área construída e espaço expositivo três vezes maior, mas o que chama a atenção é a preocupação com a acessibilidade.

Peças multimídia, salas imersivas, espaços interativos, recursos multissensoriais com telas táteis, maquetes e réplicas de diversos itens do acervo, além de elevadores, escadas rolantes, placas em braile e piso podotátil, são algumas das soluções para tornar o museu mais acolhedor a todos os públicos.

Outra providência foi disponibilizar recursos audiovisuais em libras, legendas, audiodescrição e versão em inglês.

Exposições
O novo Museu do Ipiranga passa de 12 para 49 salas expositivas. Para chegar a tal número, o espaço expositivo abrange agora todas as áreas do Edifício-Monumento, incluindo salas que antes não eram acessíveis ao público, bem como locais que não existiam.

Na reabertura, o público contará com 11 exposições de longa duração e uma mostra temporária. As de longa duração são divididas em dois eixos temáticos: “Para entender a Sociedade” e “Para entender o Museu”. Já a mostra temporária, “Memórias da Independência”, ficará em cartaz por quatro meses, a partir de novembro.

No que diz respeito às exposições, o Museu não fugiu das discussões recentes envolvendo figuras controversas da história, como é o caso dos bandeirantes.

“Haverá um cuidado especial com essas obras, que devem ser tratadas como documentos históricos, portanto, como obras que nos informa sobre um modo de pensar de determinados grupos sociais em um determinado período de nossa história. O objetivo é dar ao visitante os elementos necessários para que ele possa compreender criticamente essas criações”, diz a instituição.

 Para o professor de história Victor Missiato, do colégio Presbiteriano Mackenzie, a nova abordagem, bem como a própria reabertura do Museu, “representa a possibilidade de atualizar o passado, mediante as novas demandas sociais estabelecidas nas últimas décadas.”

A curadora Ana Paula Nascimento em uma das salas da exposição "Mundos do Trabalho" - Foto: Lucas Chiereguini/Diário do Litoral

Ampliação e restauração
Ainda que esteja fechado desde 2013, a reforma do Museu do Ipiranga foi realizada em três anos. O projeto arquitetônico é do escritório H + F Arquitetos, sendo executado pela construtora Concrejato e realizado pela Fundação de Apoio à Universidade de São Paulo (FUSP).

A obra foi dividida em duas frentes: o restauro e a ampliação do Edifício-Monumento, de 1895, e a construção do Edifício Ampliação, uma nova área projetada para potencializar a interação com o público e articular os espaços entre o antigo prédio e o jardim.

Com cerca de 7 mil m² de área útil, o Edifício-ampliação irá abrigar uma nova recepção, que fica no mesmo nível do Jardim Francês, além de cafeteria, livraria, loja, um auditório para 200 pessoas, entre outros espaços.

 Já no Edifício Monumento foram realizadas obras de restauro em todos os espaços, incluindo objetos do acervo. Vale destacar o trabalho realizado nas obras que não saíram do museu, ou seja, foram restauradas in loco, como o quadro “Independência ou Morte”, de Pedro Américo, da maquete “São Paulo em 1841”, do holandês Henrique Bakkenist, e das estátuas de mármore e bronze.

1 milhão de visitantes
As novidades do Museu incluem ainda a recuperação do Jardim Francês e suas fontes e um mirante, que deve ser inaugurado em breve. Com tudo concluído, a expectativa é que o espaço receba entre 900 mil e 1 milhão de visitantes por ano.

Entre os dias 8 e 11 de setembro, o Museu funcionará das 11h às 16h. A partir do dia 13 de setembro, o horário de funcionamento será das 11h às 17h.

O valor dos ingressos ainda não foi definido, porém até o dia 6 de novembro a entrada será gratuita, mediante agendamento pelo site do Museu (www.museudoipiranga.org.br).

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