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Bolsonaro volta a mentir ao dizer que Coronavac não tem eficácia

Ao ler uma notícia sobre casos de infecção da variante Delta entre populações vacinadas, Bolsonaro afirmou: "Abre logo o jogo que tem uma vacina aí que infelizmente não deu certo. Abre logo o jogo. Eu estou aguardando aquele cara de São Paulo falar", em r

Folhapress

Publicado em 02/07/2021 às 18:01

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Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

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O presidente Jair Bolsonaro voltou a atacar na noite desta quinta-feira (1º) a Coronavac –imunizante produzido pelo instituto Butantan com uma farmacêutica chinesa– e errou ao dizer que a vacina "não deu certo".

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Ao ler uma notícia sobre casos de infecção da variante Delta entre populações vacinadas, Bolsonaro afirmou: "Abre logo o jogo que tem uma vacina aí que infelizmente não deu certo. Abre logo o jogo. Eu estou aguardando aquele cara de São Paulo falar", em referência ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB), seu adversário político e padrinho político da Coronavac.

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"Não deu certo essa vacina dele infelizmente no Chile. Aqui no Brasil também parece que está complicado. Torcemos para que essas notícias não estejam certas, parece que infelizmente não deu muito certo", disse o presidente, em sua live semanal transmitida em redes sociais.

Escolhida para abrigar estudo idealizado pelo Instituto Butantan sobre os efeitos da imunização em massa com a Coronavac, a cidade de Serrana (SP) viu as mortes em decorrência da Covid-19 e os novos casos da doença despencarem.

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E mencionado por Bolsonaro, o Chile é líder em vacinação contra a Covid-19 na América Latina e avalia implementar a aplicação de uma terceira dose de imunizante para reduzir os números de contágios, mortes e internações, mas a maioria dos internados não foi vacinada.

Para a infectologista chilena María Luz Endeiza, o uso de uma terceira dose pode ser necessário, mas ainda há tempo para que o impacto da vacinação seja sentido. "Algumas mudanças já ocorreram. 

Hoje 85% dos internados em UTI são não vacinados e também são mais jovens, o que significa que as vacinas têm tido como resultado, por ora, em reduzir morte entre os mais idosos. Agora, é preciso avançar de acordo com a mudança da situação e da chegada das novas variantes."

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Para a chefe do departamento de epidemiologia da Universidad de los Andes de Santiago, é preciso reforçar as medidas de restrição. "As pessoas estão perdendo o respeito às medidas e não ficam em casa", afirma.

Não é a primeira vez que Bolsonaro ataca a Coronavac. No ano passado, disse que não acreditava que a vacina transmitia credibilidade "pela sua origem" e usou como justificativa que "esse vírus [Covid-19] teria nascido" na China. Antes, ao determinar a suspensão de um contrato de compra de 46 milhões de doses da Coronavac pelo Ministério da Saúde, Bolsonaro se referiu ao desenvolvimento da imunização como "a vacina chinesa de João Doria".

O imunizante atualmente corresponde a 45% das doses aplicadas no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde. Foi o responsável pelo início da campanha de vacinação em janeiro e tinha fatia maior, já que as doses dos demais laboratórios começaram a chegar em quantidade significativa apenas posteriormente.

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A Coronavac tem taxa de eficácia geral de 50,38%. O índice da AstraZeneca é de 70% e o da Pfizer/BioNTech, 95%, mas, segundo especialistas, as taxas de eficácia, divulgadas pelas desenvolvedoras das vacinas, não podem ser comparadas diretamente porque cada estudo tem sua metodologia própria e, principalmente, um período de desenvolvimento do ensaio clínico distinto. E uma mesma vacina pode obter dados diferentes se forem feitos estudos com metodologias distintas.

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