Brasil
Monitorar preços, fazer uma lista e pesquisar reputação do site estão entre as dicas para não comprometer o orçamento e escapar de armadilhas
Black Friday brasileira passou por vários momentos e hoje é vista como positiva / Vitalikradko
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Com quase 77 mil seguidores no Instagram, o blogueiro Welington Vital, de 34 anos, à frente do @ape_de_solteiro, já se prepara há alguns meses para a Black Friday 2021. Acostumado a comprar na data desde 2012, Wel, como é conhecido, conta que já fez boas compras, mas também já caiu em armadilhas.
“Eu sou “cliente Back Friday” desde 2012 e todo ano faço minha planilha de desejos uns três meses antes da data, para acompanhar se os descontos são reais. Quando estava em processo de mobiliar o meu apartamento, fiz boas compras um ano antes da mudança. Na época, consegui economizar cerca de R$ 400 na compra da minha geladeira, por exemplo. Por outro lado, já comprei um tablet, em uma grande loja, e não recebi o modelo escolhido por falta de estoque, no lugar, me enviaram um bem inferior”, conta Welington, que, este ano, está de olho nos smartwatches e vem economizando para pagar suas compras à vista.
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O profissional de marketing, Leonardo Uller, de 27 anos, também pretende aproveitar a Black Friday de 2021. Assim, como Welington, ele vem monitorando os preços para garantir que fará um bom negócio. “Eu não tenho o hábito de comprar na Black Friday, mas este ano, eu pretendo comprar algumas coisas, pois estou mobiliando meu apartamento e quero comprar uma TV, máquina de lavar, além de ir em lojas físicas para ver móveis. Como eu já sabia que iria comprar na Black Friday, eu juntei dinheiro e passei a acompanhar os preços desde setembro”, diz Leonardo, que mora no bairro da Saúde, em São Paulo.
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Boas compras
Apesar da crise econômica pela qual o Brasil passa atualmente, Welington e Leonardo fazem parte de um contingente de 84% de brasileiros que pretendem consumir na Black Friday de 2021, sendo que 83% vão optar pelas compras on-line e a maior parte destes, 52%, planeja gastar cerca de R$ 500, segundo pesquisa da Bare International.
Adotada pelo varejo brasileiro desde 2010, a Black Friday acontece sempre na última sexta-feira do mês de novembro, o que este ano será no dia 26. Para o professor Ulysses Reis, coordenador do MBA de Gestão de Varejo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), ainda que os descontos não sejam tão agressivos, como ocorre em outros países, desde 2014, a promoção pode render boas compras para o consumidor brasileiro.
“Em 2010, foi realmente a ‘metade do dobro’, o que gerou muita desconfiança em 2011. Nos anos seguintes, contudo, a maior parte dos lojistas passou a mudar essa postura e entender a data como uma oportunidade para se se livrar do estoque antes do Natal e, a partir de 2014, ela passou a se tornar realmente interessante, e uma boa opção para antecipar as compras de Natal”, explica o professor.
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Cuidado com o bolso
Ainda que a Black Friday seja uma oportunidade para economizar, Reis alerta que, em 2021, o consumidor não deve esperar uma queda significativa dos preços e deve ter atenção redobrada para não se endividar.
“Os preços estarão mais baratos do que em dezembro, pois próximo ao Natal, os produtos encarecem. Ainda assim, as pessoas precisam ser cuidadosas com esta Black Friday, pois está faltando produtos, portanto, no geral, o que entrar em promoção, terá uma redução bem menos generosa do que nos últimos anos”, alerta.
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Para não comprometer o orçamento, o professor dá as seguintes dicas:
“Antes de tudo é preciso planejar as compras. Faça uma lista do que quer comprar e passe a acompanhar os preços”. Para quem não começou o monitoramento meses atrás, vale recorrer a sites e aplicativos, que oferecem esse serviço, como o Zoom e o Buscapé.
O ideal é poupar durante o ano para pagar as compras à vista e aproveitar melhor os descontos. Para quem não fez isso, o professor aconselha observar o orçamento e lembra que há outras datas com boas ofertas, como as liquidações após o Natal e as datas de promoções específicas de alguns supermercados e varejistas.
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Com a alta do dólar, os produtos importados deixam de ser atraentes para o consumidor brasileiro. O mesmo acontece com as compras em sites estrangeiros, nos quais é preciso observar o valor do produto, o frete, o tempo de entrega, taxas, além da possibilidade de pagamento de imposto para avaliar se a compra vale ou não a pena.
Fuja das armadilhas
Ainda que a Black Friday esteja melhorando ano a ano no Brasil, problemas podem acontecer. Para que consumidor não caia em uma armadilha, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) preparou algumas dicas.
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