Bertioga

Vereador de Bertioga será denunciado ao MP após se recusar a ler projeto LGBTQIA+

Segundo apurado pelo Diário, o PT irá ingressar com uma representação (denúncia) formal no Ministério Público

Carlos Ratton

Publicado em 23/05/2024 às 16:24

Atualizado em 23/05/2024 às 16:25

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Além de não ler, Pereira fez comentários que provocaram risos de alguns colegas / Reprodução

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O vereador Eduardo Pereira (PSD), segundo secretário da Mesa Diretora da Câmara de Bertioga, deverá sofrer problemas jurídicos por conta da negativa de ler o projeto de lei voltado ao público LGBTQIA+, de autoria da vereadora Renata da Silva Barreiro (PSDB), na última sessão da Casa, ocorrida terça-feira (21).

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Segundo apurado pelo Diário, o Partido dos Trabalhadores (PT) irá ingressar com uma representação (denúncia) formal no Ministério Público do Estado de São Paulo e acionar o Conselho de Ética da Câmara. Além de não ler, Pereira fez comentários que provocaram risos de alguns colegas de plenária e revolta da vereadora autora de proposta.

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"Ah não Renata, vou sair fora. Tá louco? Não faz isso comigo, dar um projeto LGBT para mim? "Não, toma, pega aí", disse Pereira, que entregou o documento e se retirou. Anos atrás, o parlamentar vislumbrou a cadeira de prefeito de Bertioga.

Procurada pela Reportagem, a vereadora disse estar chocada com a atitude do colega. “Eu não consigo entender, porque o meu Deus é de amor. Quantas pessoas que a gente ama são LGBTQI+. Famílias inteiras constituídas. Nunca imaginei a proporção que a atitude dele está tomando. O Coletivo LGBTQI+ do Município está acionando vários órgãos, entre eles a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a própria Câmara”, adiantou.

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O presidente da Câmara, vereador Carlos Ticianelli (PSDB), disse que precisa apurar tudo que aconteceu para poder se manifestar e até ver que atitude a Câmara deverpa tomar.

“Eu não estava presidindo a sessão no dia. Quem presidiu a sessão foi o vereador Macário Antunes Quirino (PSD). Eu não consegui falar com ele, com o vereador Eduardo Pereira e nem com a vereadora Renata Barreiro. Só depois de ouvi-los é que vou me manifestar”, disse.

Ticianelli revelou que o vídeo teria sido editado (não estaria completo) e que, em nome da Câmara, garante que o Legislativo Bertioguense “não faz distinção de cor, credo ou gênero. Foi um caso pontual em que preciso ouvir todo mundo”, finalizou.

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Projeto

O Projeto de Lei de Renata, que institui o Programa Respeito Tem Nome em Bertioga, prevê cidadania e dignidade a pessoas trans e travestis no Município. Garante acesso à justiça social por meio do prenome e gênero nos documentos.

Também o desenvolvimento de ações de enfrentamento ao preconceito e discriminação e orientação aos departamentos administrativos municipais. Prevê orientação para acesso a programas e capacitação servidores da administração direta, indireta e autarquias, com atendimento humanizado, observando princípios da dignidade da pessoa humana, igualdade e não vitimização.

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Objetiva também a facilitação da retirada de documentos, como certidões de nascimento e casamento, transporte de documentos em cartório e isenta as pessoas de uma série de taxas municipais, entre outros serviços e programas.

Vereador

Procurado pela Reportagem, o vereador Eduardo Pereira disse que a repercussão do caso seria um exagero, que não vê no que ele poderia ser acusado e que teria todo o direito de não ler o projeto, apesar de, até o momento, não ter qualquer notícia que ele teria feito o mesmo em outros projetos. “É só isso e vou me manifestar só quando a Justiça me informar qual será a acusação”, resumiu.

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