Bertioga

Aldeia Rio Silveira celebra acordo com comunidade portuguesa

O acordo de geminação cultural será celebrado em no dia 15 de junho próximo com a Silveiras da Serra da Lousã

Carlos Ratton

Publicado em 05/05/2024 às 07:30

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Aldeia Rio Silveira é um exemplo de amor à natureza e recebe muitos estudantes / Divulgação

A reserva indígena Rio Silveira, que fica na divisa dos municípios de Bertioga e São Sebastião, no Litoral Paulista, e a comunidade das Silveiras da Serra da Lousã, de Portugal, celebrarão acordo de geminação cultural em no dia 15 de junho próximo.

O anúncio é da Cooperativa portuguesa Arte-Via e a informação foi publicada no Portal Câmara Portuguesa, por intermédio do Mundo Lusíada e o protocolo de cooperação entre as duas entidades homônimas de Brasil e Portugal será celebrado na Silveira de Baixo, junto à capela do São Lourenço, no concelho da Lousã, distrito de Coimbra.

A Câmara Portuguesa é uma associação civil sem fins lucrativos, fundada em 23 de novembro de 1912, tendo como objetivo principal – desde a sua criação – a promoção das relações bilaterais entre Brasil e Portugal. A Aldeia Rio Silveira foi tema de reportagem do Diário de Um Repórter, intitulada Ano Novo Guarani, que se encontra no YouTube.

“Procuramos estreitar os laços fraternais entre comunidades das duas margens do Atlântico, com diferentes culturas ancestrais, mas que falam a mesma língua”, justificam dirigentes da Cooperativa da Lousã, que é promotora do Festival Literário Internacional do Interior (FLII) – Palavras de Fogo, que acontece em também em junho em Portugal.

“A dois meses da comemoração dos 202 anos da independência do Brasil, as Silveiras selam o início de uma aproximação que passará por um trabalho cooperativo em diferentes áreas culturais, designadamente das artes e literatura”, completa a Cooperativa.

A Cooperativa Arte-Via recorda que, “há cerca de 100 anos, os habitantes da Silveira de Cima e da Silveira de Baixo, bem como dos vizinhos Salgueiro e Pé da Lomba, escorraçados pela florestação dos baldios imposta pelo Estado, encetaram a emigração transatlântica em busca de melhores condições de vida”.

A emigração para os Estados Unidos e para o Brasil ocorreu “sobretudo para a Baixada Santista, onde reside a maior comunidade de antigos moradores da Serra da Lousã em terras de Vera Cruz. Este processo dramático culminou na perda total da população daqueles e de outros lugares agropastoris da Serra da Lousã, em finais de 1960”, acrescenta.

“Com o aval do cacique Adolfo Wera Mirim, líder tradicional do Rio Silveira, o acordo de geminação é celebrado entre a aldeia guarani a São Lourenço – Associação de Naturais e Amigos da Silveira de Cima, Silveira de Baixo, Salgueiro e Pé da Lomba, com sede na Silveira de Baixo”, explica a Cooperativa.

Antes da assinatura, haverá música, dança e poesia pelas Filhas da Terra (Claúdia Almeida, Eva Potiguara, Ju Cassou e Vanessa Ratton) que protagonizam um espetáculo único baseado no álbum biográfico “Guerreiras da Ancestralidade”, da autoria do coletivo Mulherio das Letras Indígenas que, em 2023, foi o vencedor do Prémio Jabuti, na categoria Fomento à Literatura.

O espetáculo está integrado no programa da sétima edição do FLII – Palavras de Fogo, organizado por um consórcio coordenado pela Arte-Via que reúne autarquias, empresas e outras instituições de nove municípios dos distritos de Coimbra e Leiria e que decorrerá de 14 a 17 de junho.

Rio Silveira

Cerca de 800 moradores, entre eles 350 crianças e 15 idosos, a Aldeia Rio Silveira, em Boracéia, está sempre aberta a quem deseja conferir a importância e a sabedoria do povo originário, costumes e as tradições guaranis. O acesso é pela Avenida Guarani, em Boracéia (Bertioga). Ela possui um roteiro agendado e por intermédio de um guia indígena.

Os visitantes, além de uma atividade cultural completamente diferente, têm a oportunidade de ajudar a comunidade indígena de famílias nativas de etnia Guarani- Mbya e Nhandeva. A escola paulistana Teia Multicultural leva seus estudantes constantemente à aldeia, numa programação única e bastante produtiva.

Os visitantes e estudantes também conhecem a biodiversidade da reserva, a cultura e alimentação típica. A comunidade vive dentro das suas ocas ou casas, feitas com madeira de “palmeira-pati” e algumas de alvenaria.

Percorrem uma trilha de dois quilômetros e conhece um dos rios da bacia do Rio Silveira, um dos locais de natureza mais preservados de São Sebastião, que íntegra a exuberante Mata Atlântica.

Um dos biólogos que acompanha os visitantes oferece um conteúdo riquíssimo em histórias e curiosidades acerca da reserva indígena e seus habitantes. O local está inserido em um trecho preservado da Mata Atlântica, com formações vegetais riquíssimas, classificadas como Floresta de Restinga e Floresta Ombrófila Densa.

Na volta, é possível experimentar a alimentação indígena, depois ocorre uma apresentação cultural, com música e dança feito pelas crianças e jovens.

Em seguida, são realizadas pinturas de grafismos e é possível conhecer um pouco sobre a história desse povo.

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