Fábio Tatsubô, chefe do departamentos dos ODS de Santos / Nair Bueno/DL
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A palavra sustentabilidade, ou pelo menos, o conceito que a trouxe “oficialmente” para as pautas mundiais, data de 1972, dentro da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, e nos remete a necessidade de “se sustentar ao longo do tempo, sem comprometer as futuras gerações”.
Tal necessidade vem ganhando cada vez mais espaço e importância quando aplicada a um cenário mundial de mudanças climáticas, comprometendo não somente as futuras, mas a nossa própria geração.
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Trata-se de um assunto complexo para ser tratado em poucas linhas, com muitas variáveis a serem abordadas e, assim como os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), todas encadeadas. Mas, de uma forma geral, podemos dialogar sobre sustentabilidade dentro de, no mínimo, três esferas diferentes: o individual, o coletivo, o profissional. Qualquer uma das esferas envolvem uma única e poderosa ação: responsabilidade, porém, para nossa conversa de hoje, focaremos no âmbito profissional.
Muitos escutam falar sobre a sigla em inglês ESG (Environmental, Social and Governance) em português ASG (ambiental, social e governança), definição criada pelo mercado financeiro para mostrar que – se não formos responsáveis com as interfaces sociais, ambientais e de governança em nossos negócios, teremos muitos riscos associados as nossas operações e isso trará depreciação de nosso patrimônio. De fato, como um estudo publicado pela Deloitte em 2024 nos mostra, após avaliar mais de 1000 empresas, se descobriu que os resultados financeiros de empresas mais alinhadas ao ESG eram 2x melhores que os das empresas que tinham menor aderência a temática, ou seja, quer dizer que ser mais responsável com meus recursos e pessoas, traz melhores resultados? Aparentemente sim.
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Claramente, na criação do conceito ESG, os responsáveis pelo mercado estavam focados nas grandes empresas e conglomerados que têm acesso a tais fundos de investimentos e recursos financeiros, entretanto, não podemos esquecer que as grandes empresas são atendidas por empresas menores e que toda uma cadeia de fornecimento existe para suportar imensas operações. Dessa forma, faz sentido ter toda uma cadeia alinhada aos princípios de responsabilidade ambiental, social e de governança, não é verdade?
Foi a partir dessa lógica que, em Santos, uma das cidades mais engajadas com as ODS e iniciativas vinculadas ao desenvolvimento sustentável, nasce um movimento que busca desmistificar a sustentabilidade para micro e pequenos empreendedores serem capazes de entrar num mercado potencial de mais de 50 trilhões de dólares ao mesmo tempo em que se qualificam para prestar serviços a grandes empresas, de forma mais responsável, esse movimento foi denominado Manifesto ESG das MPEs (Micro e Pequenas Empresas).
O programa, executado em 2024 pelo Instituto Nova Maré, Awee Business, Sebrae BS e Movimento ODS Santos, alcançou 13 associações e coletivos locais, engajou em seu início mais de 50 empresas, formando 25 ao final de +30 horas de capacitação e 3 meses de trabalho.
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Para exemplificar a sustentabilidade é um caminho para sua empresa, não importando o tamanho, aqui estão alguns resultados obtidos pelos empreendedores que terminaram o processo:
83% gerou novas parcerias e conexões ao longo do programa;
90% geraram novos produtos, linhas de atuações ou oportunidades de negócio após trazer a sustentabilidade para estratégia da empresa;
97% modificaram processos internos, posicionamento de marca, abordagens de mercado para acessar oportunidades voltadas ao ESG;
70% das empresas tiveram aumento de faturamento ou geração de propostas, durante ou após o programa;
A Estética e Terapia Integrativa Andrea Ferreira, uma das empresas que finalizaram a jornada, relata que a participação no Manifesto foi de suma importância, possibilitando sua integração aos ODS, princípios do ESG, saúde e bem-estar, empreendedorismo e economia solidária, gerando novas parcerias e auxiliando seu ingresso no processo em um Hub de Aceleração de Negócios – Empreendedoras da Beleza, da Ago Social com o Instituto Grupo Boticário (única representante na Baixada Santista).
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Atualmente, o Manifesto ESG das MPEs busca novas possibilidades de atuação em outros municípios e na própria cidade, com um único objetivo: continuar provando que a sustentabilidade é o único caminho para todos os negócios, independente do seu tamanho, continuarem a ser responsáveis em suas ações e, ao longo do tempo, preservar os recursos dessa e das próximas gerações.
Por um futuro em comum.
Nycolas Gomes Da Cunha Carvalho
Gerente de Negócios e Práticas ESG – Instituto Nova Maré
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