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De tanto participar de reuniões sobre a ligação seca entre Santos e Guarujá, acabei sendo convencida de que o túnel é a melhor opção técnica por não dificultar as manobras dos navios maiores, a expansão do Porto de Santos e as operações do futuro Aeroport
Rosana Valle, deputada federal / DIVULGAÇÃO
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De tanto participar de reuniões sobre a ligação seca entre Santos e Guarujá, acabei sendo convencida de que o túnel é a melhor opção técnica por não dificultar as manobras dos navios maiores, a expansão do Porto de Santos e as operações do futuro Aeroporto Metropolitano de Guarujá.
Mas não foi simples assim. Trilhei um longo caminho ouvindo especialistas e todos os lados da questão. Todos manifestaram suas diferentes posições, mas sempre dentro do consenso de que a obra é extremamente necessária, como se prega há mais de 90 anos.
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Na última reunião soubemos que a decisão sobre se a ligação será ponte ou túnel, será tomada em agosto, quando também estará definido o modelo de viabilização econômica da obra. O prazo foi informado pelo representante do Ministério da Infraestrutura, Fábio Lavor no dia 31 de maio.
A audiência reuniu o Ministério da Infraestrutura; a Santos Port Authority (SPA); a Secretaria de Transportes do Estado de São Paulo; as prefeituras de Santos e Guarujá; a Associação Comercial de Santos; especialistas e o Movimento Vou de Túnel.
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Fábio Lavor informou que, para garantir recursos para a obra, a ligação seca foi incluída no contrato de concessão da gestão do Porto de Santos, cabendo, então, ao vencedor assumir o custo total ou em parte.
O presidente da SPA, Fernando Biral, defendeu o túnel, lembrando que, num futuro muito próximo, chegarão ao Porto navios de 366 metros de extensão e até de 400 metros. Ou seja, deixou claro que a ponte trará problemas de navegação e de mobilidade urbana.
O ex-presidente da SPA, Casemiro Tércio de Carvalho, destacou que o modelo proposto pelo Estado de viabilização da ponte faria os usuários do sistema Anchieta-Imigrantes pagarem pela obra, enquanto que o túnel seria custeado apenas pelos que venham a utilizar a ligação submersa.
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O secretário de Transportes do Estado, João Octaviano Machado Neto, disse que o Estado resolveu a modelagem financeira para a construção da ponte com a prorrogação do contrato de concessão da Ecovias.
Ronald Santos, da Prefeitura de Santos, disse que tudo dependerá da viabilização técnica e financeira, sendo que a Prefeitura apoia as duas opções. Jairo de Almeida Lima, da Prefeitura de Guarujá, pediu que, se ponte ou túnel, sejam contemplados os acessos ao aeroporto e às rodovias.
Ou seja, aguardamos a decisão oficial. De minha parte, entendo que é melhor o túnel. Lembro da famosa Ponte Pênsil, inaugurada em 1914, que congelou o futuro do estuário de São Vicente. A velha ligação, tombada, parece um alerta de que precisamos pensar décadas à frente quando decidimos por uma obra.
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Rosana Valle, deputada federal