Vista aérea do Porto de Santos, no litoral sul de São Paulo / Divulgação/Codesp
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O Porto, a terceira pista e a esfinge da mobilidade
“Decifra-me ou te devoro”
Enigma da esfinge para Édipo, em Sófocles.
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E o Porto de Santos? Vai bem, obrigado, em sucessivos recordes de movimentação!
Certa a resposta, mas não é tão simples assim.
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Temos uma situação virtuosa ma non tropo, onde um primeiro enigma desenhado responde ao binômio administração pública/operação privada. A administração preserva o domínio e regulação estratégica deste nosso patrimônio. Para ela, a obrigação de observar normas e regulamentos do Direito Público. Para as empresas, ganhar espaço em mercado competitivo e investir para melhorar resultados.
Superadas divergências estamos em ponto de partida para extrair a energia que anima esse crescimento.
Vamos para outro “enigma”, para continuar crescendo, além de muito planejamento, é preciso articular e empenhar-se para que continue funcionando essa harmonia. Assim, a Administração pública considera as premissas legais, projeta o crescimento e ordena as ampliações necessárias, sejam elas, dragagem, conexões intermodais e outros.
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E temos hoje um cenário de crescimento, que vai ampliar significativamente os marcos de produção.
Eis que, para atingir movimentações ainda mais expressivas no futuro, considerando-se a ocupação das áreas da poligonal portuária, apresenta-se como alternativa a ocupação da área continental de Santos. A utilização portuária na Macrozona Continental I e também na Macrozona Estuário e Canais Fluviais está prevista na legislação santista, valorizando a forma sustentável. Segundo enigma superado na integração de poderes, o que aponta para grande sinergia. Vamos em bom caminho!
Mas depara-se agora um grande desafio, com reflexos no que é chamado de Hinterlândia, a imensa área de influência do porto de Santos, alcançando Estados com mais de 70 milhões de pessoas: A mobilidade!!
Sabe-se que o porto é um centro de intermodalidade de transportes onde concorrem – em sentido geométrico – as principais rotas de circulação de bens e mercadorias. Aqui ocorre a mudança das vias marítimas, hidroviárias, aeroportuárias, e terrestres em geral em ferrovias, rodovias, e dutovias.
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Num minúsculo resumo, após um século (1860-1950) de intensa predominância ferroviária, as rodovias ganharam importância a partir da Anchieta (1947) Dutra (1951) e, mais adiante, a Rodovia dos Imigrantes (1974).
Atendendo a este cenário, iniciativa em estudo de ligação rodoferroviária partindo do Rodoanel ao Porto de Santos denominado Viamar (2013) foi apresentada à sociedade, demonstrando vocação natural para atender a expansão portuária. Mais recentemente, em julho de 2023, outro projeto de ligação denominado Linha Verde foi discutido.
Esses projetos consideram um longo trecho em túnel vencendo o maciço rochoso da serra, em ligação direta do Rodoanel de Suzano à área continental de Santos.
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A situação é complexa, pois a atual ligação no SAI fica sobrecarregada por mais de 10 mil caminhões diários que utilizam obrigatoriamente a Rodovia Anchieta no trecho de Serra.
Em janeiro deste ano o Governo do Estado autorizou estudos de nova ligação de São Paulo à Baixada.
Esse o atual enigma. O Porto projeta a demanda. O Estado chama a concessionaria do Sistema Anchieta-Imigrantes para o projeto.
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A esse enigma a esfinge provoca: Terceira ligação São Paulo-Baixada, agora SAI? Ou teremos a Linha Verde?
* Aureo Emanuel Pasqualeto Figueiredo, Mestre e Doutor pela POLI USP é Diretor Técnico na AEAS Associação de Engenheiros e Arquitetos de Santos e Diretor da Unisanta.