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Iniciativa representa um marco na integração entre desenvolvimento econômico, responsabilidade social e preservação ambiental no país
Fábio Tatsubô, chefe do departamentos dos ODS de Santos / Nair Bueno/DL
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O setor portuário brasileiro dá um passo decisivo rumo à sustentabilidade com a publicação da Política de Sustentabilidade do Ministério de Portos e Aeroportos (MPor).
Regulamentada pela Portaria nº 58, de 24 de janeiro, e publicada no Diário Oficial da União em três dias depois, a iniciativa representa um marco na integração entre desenvolvimento econômico, responsabilidade social e preservação ambiental no país. O MPor define, no artigo 3º da Portaria, os seguintes objetivos:
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“I - institucionalizar o compromisso do Ministério de Portos e Aeroportos com a implementação de práticas sustentáveis e de governança ambiental, climática e social, alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030, subscrita pela República Federativa do Brasil;
II - garantir que as infraestruturas logísticas cumpram sua finalidade com respeito ao meio ambiente, ao clima, à dignidade humana, à continuidade da prestação das atividades realizadas e ao interesse público; e
III - incentivar e promover o alinhamento dos dirigentes e gestores públicos com práticas sustentáveis e de governança ambiental, climática e social.”
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Essa política inovadora tem como meta alinhar as operações portuárias, aeroportuárias e aquaviárias aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030. O propósito é claro: promover uma logística eficiente que respeite o planeta, valorize as pessoas e garanta resultados para a sociedade no médio e longo prazo.
A política está estruturada em três pilares fundamentais, que definem as áreas prioritárias de ação: Governança: planejamento estratégico das infraestruturas, capacitação de lideranças, transparência, prestação de contas e participação social. Meio ambiente: iniciativas voltadas à descarbonização, à adaptação às mudanças climáticas e ao uso sustentável dos recursos naturais. Responsabilidade social: programas focados na inclusão, no combate às desigualdades e no fortalecimento das comunidades locais e tradicionais afetadas pelas atividades do setor.
Empresas do setor privado também poderão aderir voluntariamente ao Pacto pela Sustentabilidade, demonstrando seu compromisso com práticas ESG de ponta. O Selo de Sustentabilidade será concedido em quatro categorias, com critérios rigorosos para cada uma delas:
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Bronze: Implantação de iniciativas sustentáveis iniciais em cada eixo (governança, meio ambiente e responsabilidade social).
Prata: Ampliação das ações com metas adicionais de sustentabilidade.
Ouro: Realização de ao menos 10 iniciativas sustentáveis e adesão ao Programa Brasileiro GHG Protocol, focado no controle de emissões de gases de efeito estufa.
Diamante: Apresentação de relatórios de transparência salarial, conforme a Lei de Igualdade entre Mulheres e Homens, e estabelecimento de metas claras nos eixos ambiental e social.
As empresas certificadas e que se destacarem nas práticas ESG terão acesso a benefícios competitivos significativos. Como por exemplo, prioridade em financiamentos: acesso facilitado ao Fundo da Marinha Mercante (FMM) e ao Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac) e celeridade nos processos administrativos: redução do tempo em procedimentos de licenciamento ambiental junto ao Ministério de Portos e Aeroportos.
Além disso, terão reconhecimento e fortalecimento da marca: o Selo de Sustentabilidade poderá ser exibido em campanhas institucionais, ampliando o valor da imagem corporativa no mercado.
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As empresas interessadas em aderir ao Pacto pela Sustentabilidade deverão cumprir critérios rigorosos, tais como estar em dia com todas as obrigações trabalhistas e não possuir histórico de denúncias comprovadas de assédio, trabalho forçado ou trabalho infantil não devidamente apurado.
A primeira entrega dos Selos de Sustentabilidade está prevista para novembro deste ano, durante a realização da COP 30, evento em que o Brasil pretende reforçar seu papel de liderança global na agenda de sustentabilidade.
Ao integrar os pilares de governança, meio ambiente e responsabilidade social, essa política não só fortalece o setor portuário, mas também pavimenta o caminho para uma economia mais sustentável, justa e competitiva. Empresas que investirem agora em práticas sustentáveis estarão não apenas se preparando para atender às demandas futuras, mas também conquistando uma posição estratégica de vanguarda no mercado global.
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A sustentabilidade deixou de ser uma tendência: é a nova regra do jogo. Quem não se adaptar ficará para trás. Parabéns ao MPor e sua equipe pela iniciativa, que é de interesse de todos nós!