Artigo

Nilson Regalado - Avanço da pobreza faz brasileiro comer 'sopa de feijão'

Dona de casa está 'colocando mais água no feijão' e 1kg do grão rende 54% mais

Artigo

Publicado em 18/09/2021 às 09:45

Atualizado em 18/09/2021 às 09:55

Compartilhe:

Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Facebook Compartilhe no Twitter Compartilhe por E-mail

Brasileiro está comendo feijão mais ralo para render mais / Divulgação

Continua depois da publicidade

O Instituto Brasileiro do Feijão detectou sinais preocupantes nas últimas semanas. Segundo o Ibrafe, o comportamento do mercado indica que em 2021 os brasileiros têm feito, em média, 20 porções com um quilo de feijão. Porém, de acordo com o Instituto, para que essa alquimia entre feijão, água e temperos tenha "caldo encorpado" um quilo do grão deveria render, no máximo, 13 porções. Em outras palavras, para economizar sem abrir mão do mais brasileiro dos ingredientes à mesa, a dona de casa está 'colocando mais água no feijão'.

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

Sem compradores ativos no mercado, o comércio na porteira da fazenda "praticamente parou" nesta metade de setembro, segundo o Ibrafe. A explicação para esse fenômeno é o avanço da extrema pobreza no Brasil.

Continua depois da publicidade

Leia Também

• Com conta de luz mais cara, consumidores procuram formas de economizar

• ONG global promove campanha emergencial contra a fome no Brasil

E essa queda no consumo vai provocar efeitos colaterais. Segundo o Ibrafe, "o cenário que está se formando no horizonte" mostra redução na área que será plantada com feijão em São Paulo durante a primavera. O motivo são os preços mais vantajosos da soja, que é cotada em dólar e exportada para todo mundo. O feijão carioca, por sua vez, só é consumidor no Brasil, portanto, não é exportável, sendo cotado em reais. Assim, o agricultor prefere plantar soja no lugar antes destinado ao feijão.

E isso vai elevar ainda mais o preço do feijão em 2022. A safra plantada agora em setembro/outubro será colhida ao longo do verão.

Continua depois da publicidade

 

Brasil acima de tudo...

Enquanto isso, o faturamento com a exportação de alimentos bate recordes. Em agosto, as vendas para o exterior renderam US$ 10,9 bilhões aos fazendeiros, alta de 26,7% em relação ao valor arrecadado em agosto/2020. Os números são do Ministério da Agricultura.

Continua depois da publicidade

 

...Deus acima de todos!

E o complexo soja (grãos, farelo e óleo) faturou US$ 4 bilhões em agosto, alta de 53,6% em relação ao mesmo mês de 2020.

Continua depois da publicidade

 

Onde vai parar?

O índice de preços da Ceagesp registrou alta de 9,17% em agosto. Legumes e frutas tiveram as maiores altas. Essa inflação ainda reflete as geadas de junho/julho. Nos oito primeiros meses do ano, o setor de legumes acumula alta de 55,4%...

Continua depois da publicidade

 

Atenção, Defesa Civil,...

O Governo das Ilhas Canárias elevou para nível 2 o risco de erupção no vulcão Cumbre Vieja. Essa escala vai até o nível 4. Desde sábado, o número de tremores de terra no entorno do vulcão é o maior em décadas. Estudo publicado pela Universidade Federal do Paraná alerta que uma erupção no arquipélago espanhol pode provocar tsunami no Atlântico...

Continua depois da publicidade

 

...segura essa onda

Apesar do risco, especialistas alertam que o Brasil ignora a necessidade de um plano de evacuação de áreas costeiras. A onda gigante atingiria do Amapá ao Rio Grande do Sul em seis horas...

Continua depois da publicidade

 

Filosofia do campo:

"No tempo do merréis e do vintém/Se vivia muito bem, sem haver reclamação/Eu ia no armazém do seu Manoel com um tostão/Trazia um quilo de feijão... Depois que inventaram o tal cruzeiro/Eu trago um embrulhinho na mão/E deixo um saco de dinheiro, ai, ai, ai meu Deus...", Chico Santana (1911/1988), compositor carioca, in 'Saco de Feijão'.

Continua depois da publicidade

Mais lidas

Conteúdos Recomendados

©2024 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software