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Já diziam os Romanos: Condomínio é a mãe das discórdias

Morar, viver - e conviver - em condomínio não é tarefa fácil

Hamilton Bueno Júnior

Publicado em 05/06/2022 às 19:09

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Foto ilustrativa / Beth Santos/Secretaria Geral da PR

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Hoje no Brasil, mais 70 milhões de pessoas moram em apartamentos – e consequentemente, se veem obrigadas a viver e conviver em condomínios. Ainda no campo dos números, o Centro de Estudos da Metrópole (CEM da FAPESP) identicou que na cidade de São Paulo a quantidade de prédios superou a quantidade de casas.

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Nos últimos 35 anos, vimos um processo rápido e crescente de verticalização, e a Baixada Santista não ficou atrás. Não à toa, em 2018, pesquisa realizada pelo grupo ZAP Imóveis considerou Santos como a cidade mais verticalizada do Brasil: 63% de construções destinadas à moradia são prédios.

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E com os prédios, surge então, uma nova forma de viver em sociedade – de repente, encontram-se num mesmo local culturas em diversidade nunca dantes postas frente à frente, tendo cada indivíduo os seus hábitos, suas experiências e suas forma particulares e únicas de perceber e interpretar a vida... Tendo todos, em comum, um fato importantíssimo - essas pessoas nunca tiveram contato uma com as outras, e assim, repentinamente, passam a ser muito além que meros vizinhos: ao passarem a viver e residir em condomínios, compartilhando as áreas comuns – piscinas, áreas de lazer, academias, elevadores, dentre outras – o que fatalmente, irá provocar algum tipo de conflito ou choque, seja de opiniões ou até mesmo de interesses.

Assim em todo esse nosso enorme Brasil, nos cerca de 450 mil condomínios instalados e implantados, não apenas moramos. Mais que isso, cada interação humana, cada conflito, cada ação assertiva, faz ter-se mudanças nas relações sociais, e infuenciam o convívio diário. E isso tem reflexos diretos nas interações de regramentos, urbanidade e boa vizinhança.

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Viver em condomínios – verdadeiro microuniverso inserido dentro do universo maior chamado Sociedade – envolve, mesmo nas ações mais simples e comezinhas, direitos, deveres, ônus e bônus que devem ser suportados por todos os seus usuários, sendo imperioso e imprescindível que cada um dos envolvidos respeitem – e tenham respeitados – os seus limites, como também, aos direitos dos demais moradores.

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E é pensando nesse universo, que o Diário do Litoral trará, nessa coluna semanal, informações, análises, dicas, tira dúvidas e tudo o mais que for possível, relacionado ao Viver em Condomínios. Não com o olhar apenas jurídico, mas com uma visão holística, multidisciplinar e humanística, afinal, estamos falando de interações humanas e de pessoas - e gosto sempre de lembrar o grande escritor Érico Veríssimo, quando ele diz que não adianta construir arranha-céus se não existirem mais almas humanas para nele morar.

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Ao longo de mais de vinte anos atuando na área, não foram poucas as demandas, conflitos e lides que vi surgir no seio do viver em condomínio. Elas vão de simples discussões quando à briga por espaço em uma garagem, ou pela disputa por uma vaga específica, mais próxima à porta de entrada ao hall do prédio, até situações mais extremadas – que extrapolam o suportável, fazendo ruir esferas mais complexas, jogando ao chão os princípios da convivência pacífica, quando tem seu conteúdo moradores ou usuários com destacado comportamento antissocial.

Não importa o tamanho da briga: o viver em condomínio deve serleve, saudável e prazeroso, afinal, ali escolhemos para morar, descansar, ficar com a família, ou simplesmente, aproveitar a nossa intimidade.
 
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Precisamos dar um sentido humano às nossas construções. E queremos com essa coluna, ajudar de alguma forma a que isso seja atingido. Mostrar os direitos. As obrigações. Orientar. Trazer. Dicas. Casos de sucesso. Mostrar novas possibilidades. 

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E não esqueça, tem dúvida sobre condomínio? 

Venha aqui, todo domingo e chama o síndico!

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