Artigo

Café 'colhido' em laboratório chega para revolucionar hábitos

A nova técnica foi desenvolvida na Finlândia e utiliza biorreatores para multiplicar células das folhas do cafeeiro

Nilson Regalado

Publicado em 17/10/2021 às 07:30

Compartilhe:

Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Facebook Compartilhe no Twitter Compartilhe por E-mail

Esse é mais um avanço da nova fronteira da Ciência batizada de agricultura celular / Reprodução

Continua depois da publicidade

Uma autêntica revolução avança silenciosamente e deve mudar hábitos de consumo ainda nesta década com a chegada ao mercado do primeiro café totalmente produzido em laboratório. A nova técnica foi desenvolvida na Finlândia e utiliza biorreatores para multiplicar células das folhas do cafeeiro.

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

Continua depois da publicidade

Leia Também

• Museu do Café promoverá nova edição da feira temática Mercado Coffee

• Museu do Café celebra 40 anos como Patrimônio Histórico de São Paulo

• Em Santos, Secretaria de Cultura entrega fachadas recuperadas do Museu do Café

Esse processo transforma as células em uma biomassa com sabor, aroma e aspecto idênticos aos do café convencional. A diferença para o café plantado e colhido nas fazendas de São Paulo, da Colômbia ou do Vietnã é que o cafezinho finlandês jamais teve contato com a terra, tampouco virou flor nos cafeeiros para se transformar, depois, em grãos.

Esse é mais um avanço da nova fronteira da Ciência batizada de agricultura celular, que desde junho já produz a chamada carne sustentável, com sabor, aroma e consistência análogos aos da carne bovina. Outra vertente dessa revolução nos hábitos de consumo que deve invadir supermercados nos próximos anos são os 'frutos do mar' feitos de soja e ervilha, mas com sabor e textura idênticos aos de atum e outros peixes. Até impressoras 3 D já foram usadas para produzir filés análogos aos de salmão.

Continua depois da publicidade

A nova técnica desenvolvida na Finlândia foi anunciada no final de setembro. Mas, para que o café análogo ao tradicional chegue aos supermercados serão necessários quatro a cinco anos, até que os órgãos responsáveis pelo controle de alimentos da Europa e dos EUA façam os testes necessários. A Finlândia é a campeã mundial no consumo de café, com 12 quilos por habitante/ano. Atualmente, 10 milhões de toneladas são produzidas a cada safra, o que faz do café a segunda bebida mais consumida no Planeta, atrás da água.

E as possibilidades descortinadas pela agricultura celular forçarão a agricultura convencional a rever suas práticas. Segundo a ONU, para produzir uma única xícara de café são necessários 140 litros de água. Mais: fertilizantes liberam gases que provocam o aquecimento global e pesticidas reduzem a biodiversidade no Planeta. E o consumo cresce rapidamente, o que pressiona florestas para expansão das lavouras.

Porém, a possibilidade de se produzir alimentos em qualquer lugar, independente do clima e do solo, deverá transformar o comércio e a logística nas próximas décadas, com impactos no Brasil, maior produtor de café do mundo. A navegação também pode sentir os efeitos dessa disrupção, especialmente no Porto de Santos, maior exportador de café do mundo.

Continua depois da publicidade

 

Livros para todos!

A Unicamp vai doar 65 mil livros para bibliotecas públicas. Os livros foram divididos em três grupos, conforme a característica de cada interessado. Estão aptas a receber as doações bibliotecas municipais, de escolas, de universidades, de presídios, de ONGs, autarquias e fundações do Estado de SP. Os interessados devem formalizar a solicitação até 19 de novembro.

Continua depois da publicidade

Mais lidas

Conteúdos Recomendados

©2024 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software