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Por Nilson Regalado
Enquanto o mundo discutia vacinas contra a epidemia do século, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária e o Ministério da Saúde liberaram o uso de dois venenos agrícolas acusados de provocar câncer e má formação de fetos, entre outras doenças. A decisão da Anvisa e do Ministério comandado pelo general do Exército Eduardo Pazuello vai na contramão de tribunais norte-americanos que condenaram a fabricante do glifosato. Só nos EUA, a empresa responde a 100 mil processos e desembolsará R$ 11 bilhões em indenizações a pessoas que desenvolveram câncer após manipular o produto. O outro veneno liberado foi a abamectina, que provoca má formação fetal severa e convulsões. A licença para uso dos dois agrotóxicos no Brasil estava em revisão havia anos por pressão de setores relacionados à saúde coletiva.
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O glifosato já foi banido na Holanda, Suécia, Áustria e no Vietnã. Na Alemanha, passa a ser proibido a partir de 2023 e no México em 2024. A partir de 2021, o governo francês pagará 2.500 euros a cada agricultor que abandonar o uso do agrotóxico. O Parlamento Europeu aprovou a proibição nos 28 países do bloco, mas a decisão vem sendo contestada pelo setor.
Estudo publicado na International Journal of Epidemiology monitorou 315 mil agricultores nos EUA, Noruega e França por dez anos e constatou que o glifosato aumenta em 36% o risco de câncer, especialmente do linfoma não-Hodgkin. O estudo endossou resultados anteriores publicados na Revista Mutation Research, que mostraram que a exposição ao glifosato aumenta o risco de desenvolvimento de linfoma não-Hodgkin em 41%. Estudo feito pelo Instituto Nacional do Câncer na década passada indicou que cada brasileiro ingere, indiretamente, oito litros de agrotóxicos por ano. Mas, o glifosato enriquece fazendeiros brasileiros, especialmente em plantios de soja, milho e algodão, onde é associado às plantas geneticamente modificadas (transgênicos). O veneno elimina o mato sem prejudicar as plantas transgênicas que resistem a seus efeitos. O uso do herbicida comercializado com o nome de Roundup é proibido nas cidades brasileiras. Porém, sem fiscalização, ele acaba sendo usado largamente no meio urbano, especialmente no interior do País...
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“Alguma coisa acontece...
Em comemoração aos 467 anos de São Paulo, o Museu do Ipiranga lança nesta segunda-feira a campanha digital “São Paulo – Território em Construção”.
...no meu coração que só quando...
O site reunirá fotos, pinturas e mapas, vídeos e áudios de historiadores, arquitetos e urbanistas que abordam as transformações de SP, desde sua fundação, passando pelo período colonial até chegar à grande metrópole.
...cruza a Ipiranga e a av. São João”.
O material estará disponível em spterritorioemconstrucao.com.br.
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Filosofia do campo:
“Desejo a você fruto do mato, cheiro de jardim, namoro no portão, domingo sem chuva, segunda sem mau humor e sábado com seu amor…”. Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), poeta mineiro.
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