Silvio Sebastião Pinto, Analista Programador e Escritor / DIVULGAÇÃO
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Por Silvio Sebastião Pinto
Um assunto que tem ocupado muito tempo dos governantes de todo o mundo é a quinta geração de internet móvel, ou 5G. É uma tecnologia que já está disponível há alguns anos, mas como não é apenas uma melhoria da 4G tem exigido muita performance dos políticos e técnicos encarregados de manter o país bem conectado ao resto do mundo.
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Há quase dois anos o palácio do planalto começou os estudos de viabilidade técnica e financeira, mas como no Brasil toda solução é, primeiro, transformada em problema para depois ser revertida em solução de novo, estamos bem atrasados. Os países do primeiro mundo já têm cerca de 300 milhões de celulares 5G funcionando normalmente, enquanto que no Brasil nem foi feito o leilão para definir qual empresa vai encabeçar a implantação da infra-estrutura básica. Esse acontecimento está previsto para acontecer entre agosto e setembro próximo, já com atraso de cerca de um ano da primeira estimativa. Uma mistura de falta de respeito com os brasileiros e interesses próprios tem criado dificuldades para a implantação de uma tecnologia que poderia ser um diferencial nosso diante de outros países.
Para nós, simples mortais, a 5G significa que o download e o upload vai ser bem mais rápido. A expectativa é que o tempo de resposta seja até 100 vezes mais rápido que o 4G. Ao digitar o nome de um site ele vai abrir como um relâmpago, e baixar um filme vai demorar algo em torno de 4 segundos. Coisa de louco. Mas ainda é pouco, pois a 5G não vem para beneficiar os simples mortais, e sim as empresas. Sim, é no mundo corporativo que essa maravilha vai impactar profundamente as nossas vidas. Hoje já é possível um médico em Brasília fazer uma cirurgia num paciente no interior do Paraná, mas a internet atual tem falhas de transmissão que dificultam ajustes finos como micro-cortes. Com a 5G a precisão será levada quase à perfeição. A comunicação entre máquinas, chamada de IOT, vai permitir que uma máquina opere outra máquina através de comunicação confiável e veloz, iniciando assim o reinado dos robôs.
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Mas há desafios pela frente. O sinal de internet dentro do país navega no espaço aéreo, como os sinais de rádio e TV, e esses espaços precisarão ser remanejados. Imagine que uma empresa compre vários terrenos no centro da cidade para construir um edifício alto e moderno, mas antes vai precisar destruir velhas construções ainda de pé. Assim o governo vai precisar desativar faixas operantes e transferir outras, para liberar espaço. Depois, a empresa que vencer o leilão vai precisar construir um monte de antenas gigantescas no país inteiro, e só aí vai fazer sentido você comprar um celular 5G, para desvendar os segredos da verdadeira tecnologia 5G.
Mas até tudo isso acontecer os países do primeiro mundo já estarão na 6G, e isso não é segredo pra ninguém.
* Silvio Sebastião Pinto, analista programador e escritor
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