Pix / AGÊNCIA BRASIL
Continua depois da publicidade
Por Silvio Sebastião Pinto
Até parece refrão de algum rap da moda, mas é uma fala que se repete todo dia nas mais diversas transações comerciais. Na semana passada fui pegar um aparelho que mandei consertar, e na hora de passar o cartão a moça me pediu se podia fazer um PIX.
Continua depois da publicidade
O setor bancário tem se reinventado nos últimos anos com o surgimento de vários pequenos concorrentes, também chamados de fintechs. As financials technology são startups, pequenas empresas de tecnologia, que se propõem a melhorar serviços da área financeira, geralmente dominados por multimilionárias corporações. São normalmente empresas pequenas, mas com propostas grandiosas nas áreas de seguros, empréstimos, transações monetárias, investimentos, etc.
Desde que o computador pessoal, o famoso PC, começou a se tornar popular, todo o sistema bancário sofreu um grande impulso. Na verdade, a partir dos anos 80 o Itaú se posicionou como o primeiro banco eletrônico do país, e a partir de então começou uma batalha a céu aberto para ver qual banco se beneficiaria mais da tecnologia da informação, e com isso milhares de funcionários foram, e continuam sendo, substituídos por softwares. Programas cada vez mais interconectados buscam ligar pontos distantes para criar oportunidades e oferecer serviços que nem sonhávamos.
Continua depois da publicidade
O PIX é apenas mais um passo na lista infinita de serviços que o sistema financeiro pode oferecer. Tudo bem, ele não foi pensado pelos donos de bancos que, num primeiro momento, parecem não ter nada a ganhar com um serviço que não é cobrado. Ponto para o nosso Banco Central. Mas agora tem também um bicho chamado Open Banking. Funciona assim: Durante anos você movimentou seu dinheiro em um determinado banco, mas agora quer passar para outro, mas o novo gerente não tem acesso a toda a sua movimentação anterior, então ele não sabe qual o seu potencial, e com isso não sabe se pode te oferecer algum benefício como um empréstimo. Ou seja, você teria que começar uma nova história nesse novo banco. O Open Banking veio para resolver isso.
Agora os bancos deverão disponibilizar o seu histórico para outros bancos, se você permitir e se você assim solicitar. E isso muda muita coisa, isso abre portas para você pedir um empréstimo em uma instituição que não te conhece, ou fazer um seguro. Você agora vai poder ter conta em um banco, ter seguro de vida em outro, cartão de crédito em outro e fazer empréstimo em qualquer outro, usando sempre o mesmo histórico. Isso permite que as fintechs concorram de igual pra igual com os bancos tradicionais, e que sejam alternativas vantajosas para nós. Para isso cada instituição financeira está construindo um software tecnicamente chamado de API. Essas APIs é que vão permitir a troca de informações. Então, sempre que você for a um banco diferente do seu para solicitar algum serviço, eles vão entrar numa tela de computador, que vai ‘conversar’ com essas APIs.
Temos que reconhecer que o sistema financeiro brasileiro tem conseguido avanços substanciais nos últimos anos, o que nos coloca em posição confortável diante de muitos países desenvolvidos. Então quando você for a outro banco em busca de algum serviço já pode entrar cantando: “Sou da geração do Open Banking, me faz um PIX aí, ó pai!”
Continua depois da publicidade
* Silvio Sebastião Pinto, analista programador e escritor.
Continua depois da publicidade