Apesar das pesquisas apontarem desconhecimento de grande parte da população na reforma previdenciária, muitos segurados estão indo ao INSS pedir orientações / Matheus Tagé/DL
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A maior parte dos brasileiros ignora a reforma da Previdência Social cujo projeto de lei já se encontra no Congresso Nacional. A avaliação foi feita em duas pesquisas, uma em agosto e outra em novembro. Mesmo assim, ocorreu aumento no número de pessoas que, temendo a reforma pretendida pelo Governo, aderiram à previdência privada.
O volume de recursos aplicados em previdência privada se expandiu em 2016, ano em que avançou a proposta do governo que dificulta o acesso à Previdência Social.
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O número de brasileiros com esse investimento, cujo principal objetivo é garantir recursos no longo prazo, também cresceu em relação a 2015, mas ainda não retomou os níveis de 2014, segundo dados ainda inéditos da federação das empresas do setor, a Fenaprevi. Apesar da expansão, os planos atingem parcela pequena (6%) da população. São quase 13 milhões de brasileiros com a aplicação (de janeiro a novembro incluindo menores de idade).
Uma das razões para a baixa penetração do produto, segundo o vice-presidente da Fenaprevi ,Paulo Valle, é que há poucas empresas com planos de previdência privada para seus funcionários.
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No Brasil, só 24% dos planos estão vinculados a empresas. Nos EUA, para comparação, são cerca de 90%.
Uma das principais diferenças entre os dois países está no incentivo fiscal.
No caso brasileiro, ele atinge 4% das cerca de 18 milhões de empresas ativas do Brasil: as que pagam pelo lucro real, ou seja, as maiores.
Primeiro emprego
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A Fenaprevi deve levar ao governo uma proposta de universalizar esse incentivo. “A ideia é que já no primeiro emprego todo trabalhador abra seu primeiro plano de previdência privada”, diz Valle. Isso reduziria tanto a idade média dos que contam com a aplicação (hoje de 48 anos, segundo pesquisas do setor) quanto a idade de primeira adesão (41 anos).
Fazer um plano mais cedo permite contribuir com mensalidades menores para obter uma mesma renda. Valle acredita que a oferta do plano de previdência pela empresa traz mais resultado que a simples expectativa de receber uma aposentadoria do INSS menor e mais tardia -o que deve ocorrer se a reforma proposta pelo governo Temer for alterada.
Pesquisas apontam que população desconhe as mudanças no INSS
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Pesquisas feitas em agosto e em novembro indicam que poucos brasileiros se consideram informados sobre a reforma e até mesmo sobre como funciona o sistema público de aposentadoria.
Levantamento feito com amostra representativa da população pelo instituto Ipsos, em parceria com a Fenaprevi, mostrou que 86% da população sabem pouco, não sabem nada ou desconhecem completamente o sistema.
Cerca de 44% não sabiam da discussão das reformas em curso. Dos 54% que ouviram falar das propostas, só 5% souberam dizer que o valor dos benefícios pode cair.
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No começo de novembro, em outro levantamento da Fecomercio-RJ, feito em 7 capitais e outras 65 cidades do país, 30% disseram estar acompanhando as propostas.
Valle diz que conforme a discussão se aprofunde, pode haver algum impacto sobre os planos privados, mas isso levaria alguns anos.
Para ele, o principal motor de expansão deve ser a recente mudança na regulamentação, que elevou a possibilidade de investir em renda variável e em ações no exterior.
Isso dá mais flexibilidade aos gestores dos fundos e permite oferecer produtos para o objetivo de cada cliente.
“Quem está planejando um sabático daqui a dez anos precisa de um desenho diferente de quem quer uma renda vitalícia a partir dos 65.”
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Volume
O volume de depósitos se expandiu a taxa maiores que o número de clientes, o que significa que o valor médio de contribuições cresceu até novembro. A captação líquida (excetuados resgates) subiu 13%, para R$ 49,5 bilhões.
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