Saúde
A pesquisa foi feita no Departamento de Parasitologia do Instituto Butantan durante o doutorado de Camila Lorenz, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de SP e da Faculdade de Saúde Pública da USP.
Mosquito oropouche. / Divulgação/Fundação Fiocruz.
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O aumento da temperatura do Planeta, induzido pela emissão de gases de efeito estufa, deve ampliar, no Brasil, a área de distribuição de quatro vírus transmitidos por mosquitos: o Oropouche, o Mayaro, o Rocio e o vírus da encefalite de Saint Louis. A conclusão é de um estudo publicado na revista PLoS Neglected Tropícal Diseases. A pesquisa foi feita no Departamento de Parasitologia do Instituto Butantan durante o doutorado de Camila Lorenz, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de SP e da Faculdade de Saúde Pública da USP.
Sete fatores ambientais foram considerados na análise: precipitação anual (o quanto chove ao longo do ano na região em que ocorreu o surto), média de temperatura anual, altitude, sazonalidade da temperatura (variação entre os meses mais quentes e mais frios do ano), sazonalidade da precipitação (variação entre os meses mais chuvosos e os mais secos), amplitude térmica (variação da temperatura ao longo do mês) e variação diária da temperatura.
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E os resultados sugerem que cada vírus é afetado de forma diferente pelas variáveis ambientais. No caso do Oropouche e do Mayaro, a média anual da temperatura e a amplitude térmica se mostraram mais ligados à ocorrência de surtos. Já para Saint Louis e Rocio a precipitação anual teve mais peso – quanto mais alta a média anual de chuva, maior o número de surtos.
A variável altitude teve mais influência apenas sobre a distribuição do vírus Rocio. Um grande surto desse patógeno foi registrado no Vale do Ribeira, região de baixa altitude, em 1975.
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Na cidade de São Paulo, a área suscetível ao vírus Mayaro saltaria dos 4% atuais para 12% em 2050 e quase 20% em 2100 em um cenário de alta emissão de gases do efeito estufa. Em relação ao Rocio, o número passaria de aproximadamente 1% da área do município para 2,5% em 2050 e quase 4% em 2100, também no pior cenário climático.
Em Brasília, a área de risco para Mayaro passaria de 10% para 57%. Em Belo Horizonte, saltaria de 14,8% para 65% e, no Rio de Janeiro, de 21% para 55%. O maior aumento na área de distribuição do Rocio foi previsto para Porto Alegre. Atualmente, menos de 9% do município é considerado área de risco. Em 2100, no cenário de alta emissão, o índice chegaria a 57%.
As quatro doenças apresentam significativo potencial de causar danos à saúde pública, mas são negligenciadas. Todas têm como principal sintoma a febre. Por serem facilmente confundidas com dengue ou malária, especialistas acreditam que a subnotificação seja grande. Não existem testes sorológicos para diagnóstico e os exames moleculares são caros.
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O preço da comida
A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) aponta que a agropecuária foi a maior causadora das mudanças climáticas e do aumento de consumo de recursos naturais, já que 30% das emissões globais de gases de efeito estufa e 70% de uso de água vêm do agronegócio.
Sabor do Brasil...
Uma tecnologia desenvolvida pela estatal Embrapa após dez anos de estudo vai permitir que o Brasil passe a exportar coco verde, in natura, para Europa. O primeiro embarque acontecerá em junho e o destino será Portugal, que receberá 500 mil frutas neste primeiro carregamento.
...vai atravessar o Atlântico...
O filme desenvolvido pela Embrapa é comestível e pode prolongar em até quatro vezes a vida útil das frutas. No coco, são 40 dias sem alteração nas características nutricionais da polpa, da água, da cor ou do sabor.
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...com tecnologia inovadora
Em pleno inverno brasileiro, as frutas serão vendidas na Europa por um valor dez vezes superior ao mercado interno. Os cocos da variedade anão-verde serão colhidos no Vale do São Francisco. Segundo a FAO, o Brasil é o quarto maior produtor mundial de coco, com dois bilhões de unidades/ano.
Filosofia do campo:
“Vale mais a vida de um ser humano do que todo o ouro do homem mais rico do mundo”. Ernesto (Che) Guevara de la Serna (1928/1967), médico argentino.