Funcionários da Cursan aguardavam, no final da tarde ontem, no Paço Municipal, para falar com representantes da Prefeitura e da companhia de economia mista / Divulgação
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Trabalhadores da Companhia de Urbanização e Saneamento (Cursan), autarquia da Prefeitura de Cubatão, deflagraram greve ontem (17) por tempo indeterminado. A paralisação se concentra em aproximadamente 400 trabalhadores representados pelo Sindilimpeza. A categoria reivindica o pagamento de benefícios em atraso e a manutenção do contrato, que foi encerrado no início de março, da Administração com a empresa.
“Aguardamos um retorno da Administração. A greve vai além dos benefícios em atraso. O contrato da prefeitura com a Cursan para a limpeza das escolas municipais e outros espaços terminou no dia 1º de março. Já há rumores de que outra empresa será contratada para realizar os serviços, já que eles podem fazer um contrato emergencial. E como fica esses trabalhadores?”, questiona Paloma dos Santos, presidente do Sindilimpeza.
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Segundo a presidente do sindicato, mesmo tendo ingressado na empresa por meio de concurso público, os funcionários da Cursan podem ser demitidos. “A preocupação maior é de que se isso acontecer como vão pagar a rescisão desses trabalhadores se a prefeitura deve mais de R$ 120 milhões para a Cursan, precisa pagar R$ 13 milhões para renegociar a dívida de imediato, mas não tem R$ 1 milhão para repassar mensalmente para a companhia”, destacou a sindicalista.
Na tarde de ontem, uma comissão do Sindilimpeza se reuniu com representantes da prefeitura. No final da tarde, a empresa depositou o vale refeição. “A greve só termina quando eles derem uma posição sobre a situação do contrato e dos trabalhadores”, afirmou Paloma.
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Por meio de nota, a Prefeitura de Cubatão informou que cerca de 400 dos 540 funcionários da Cursan são filiados ao Sindilimpeza, e apenas alguns deles – cerca de dez – participam da greve iniciada ontem. A versão foi contestada pela presidente do sindicato. “Acho de má fé dizerem que são apenas dez. A lista de presença da greve tem a assinatura de 96 nomes. Muitos não vieram porque não têm vale-transporte, mas estão em greve”, disse Paloma.
A Administração Municipal informou ainda que “a questão dos contratos é a grande preocupação no momento e está sendo estudada pela direção e pelos conselhos da empresa de economia mista, junto com as equipes técnica e jurídica da Prefeitura”.
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Servidores municipais mantêm a greve
Em assembleia realizada ontem (17), os servidores de Cubatão decidiram manter a greve que completa hoje (18) 22 dias. A categoria reivindica o veto aos projetos de lei aprovados recentemente na Câmara Municipal, que tratam da reforma administrativa proposta pela Administração. As alterações são chamadas pelo funcionalismo de ‘pacote de maldades’.
“Vamos aguardar a notificação formal da liminar e depois do prazo de 24 horas para o seu cumprimento realizaremos uma assembleia. Até lá a greve continua com 100%. Mas vamos recorrer da decisão”, explicou Berenildo Gonçalo, vice-presidente do Sindicato dos Professores Municipais de Cubatão (SindPMC). No último dia 28, a justiça determinou o retorno de 80% do funcionalismo ao trabalho. Na semana passada, a juíza Luciana Castello Chafick Miguel estipulou R$ 10 mil de multa diária para o descumprimento da decisão.
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Histórico
A greve dos servidores municipais teve início no último dia 28 de março. Na oportunidade, os projetos da reforma administrativa foram votados em primeira discussão na Câmara Municipal. Pouco antes da votação, manifestantes tentaram impedir a entrada dos vereadores na Câmara. Acionada, a Polícia Militar dispersou a multidão com bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha. Quatro pessoas ficaram feridas, entre elas um jornalista.
O prefeito Ademário Oliveira recebeu representantes dos dois sindicatos e fez propostas – a de ampliar para nove dias o período de licença não justificável para gestantes e não limitar o valor salarial para o recebimento da cesta básica. O que não foi aceito pela categoria.
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No dia 11, 155 servidores foram autorizados a assistir a sessão onde seriam votados em segunda discussão alterações à Lei Orgânica Muncipal, que regulamentam as propostas anteriormente aprovadas. Enquanto o item da Ordem do Dia era lido pelo presidente da Câmara, Rodrigo Alemão (PSDB), dezenas de servidores ocuparam o plenário. Houve tumulto. Após duas horas a sessão foi cancelada.
No dia 12, em um plenário vazio e sobre forte policiamento do lado de fora, onde os servidores manifestavam-se, os vereadores aprovaram as alterações.